
Memórias Inventadas ou uma Caixa Imaginária







Série Memórias Inventadas ou uma caixa imaginária
Fotos Analógicas
10 X 15 cm
2003
Tenho saudade do que não vivi. Saudade de objetos que nunca me pertenceram. Partes de um mundo que se desintegra. Memórias que eu invento e construo para tentar entender a minha própria história. E a memória não é isso? Partes desintegradas que nós colamos e damos um novo sentido?
A memória pertence ao futuro do pretérito ou ao pretérito imperfeito. Eu lembraria, eu viveria, eu lembrava, eu vivia... É um resgate que faz algum sentido no presente do indicativo, eu sei, eu vivo.
Disponho de objetos que não são meus, livros que não li, mas que sempre estiveram lá, fotos de lugares onde não estive, pessoas que não conheço, um álbum no qual eu não escrevi e um boneco que eu não quebrei. Mas para alguém, o que resta de uma vida é essa memória inventada, formada por lacunas, fotos, recordações e um brinquedo aos pedaços, guardados numa caixa imaginaria durante 50 anos com muito carinho.

EroEre: Negras Conexões
MAC_MON
Curitiba - 2019
© 2021 por Walkyria Novais